domingo, 6 de abril de 2014

Artigo nº 1 - A Utopia

Você já teve a sensação do mundo te chamar para o lado de fora? Uma voz sussurrar para que se mova?

Bem... Só para deixar claro, apesar de um comportamento excêntrico, os médicos me disseram que minha saúde mental está perfeitamente normal. Apesar de eu ter a mania de conversar sozinho... Mas isso não vem ao caso! A voz a que me refiro vem de dentro, de sua alma, lutando para dizer: "Chegou a hora! Corra atrás dos seus sonhos!"

É... Desculpem-me por isso. Tenho o péssimo hábito de atropelar as coisas.

Eu me chamo John Erwin! Sou brasileiro e quero me tornar escritor!
Eu sei... Eu sei... Vocês devem estar se perguntando: "Brasileiro? Como esse nome? Conta outra!" -- Bem, vocês me pegaram... Meu verdadeiro nome é João Ítalo. Por que não mantive meu nome de nascença? Nada contra "João Ítalo", até me soa agradável e o acho forte, mas convenhamos que existam muitos "Joãos" e "Ítalos" por aí...
Já pensou um outro João Ítalo, um "zé-espertinho", andando com aquela garota que ele está afim. Ambos passam por uma vitrine. Nela está exposto meu tão esperado livro publicado: "Best-Seller de João Ítalo".

-- Nossa, João! Não sabia que era escritor! -- a garota ingênua diz com um sorriso de admiração. 

O meu chará entendendo do que se tratava, aproveita a situação.
-- Bem, era pra ser uma surpresa... -- ele diz parecendo convincente, apesar de esfregar a mão na nuca, como faz um mentiroso. -- Queria te contar depois que soubesse de outra mais importante.
-- Mais importante? -- ela indaga, caindo na lábia do impostor.

-- Sim. Eu te acho uma menina muito interessante. E acredito que estamos nos divertindo muito. Não acha que eu e você formamos uma boa dupla? -- ele diz tornando as palavras tentadoras.

A garota parece pensativa.

-- Por que não me conta mais dessa nossa dupla, enquanto me fala do seu livro? -- ela se aproxima aos suspiros.

O restante dessa história talvez vocês saibam... Ele fica com a garota. O rapaz a enrola, inventa uma história de que quer uma carreira literária sem muitos assédios e por isso deixa tudo em segredo. E de repente ela não se lembra do livro e só dos papos caluniosos dele... Ahhh, por favor! Depois de todo o trabalho que tive, ser roubado? Não mesmo!

(Deu para notar que tenho uma imaginação que alguns dizem ser fértil, mas eu sempre retruco: "o seguro morreu de velho")

Esse foi um dos motivos que me levou a adotar o pseudônimo de "John Erwin". Quantos "John Erwin" vocês conhece por aí? Foi o que pensei...
Mas vamos a assuntos mais relevantes.

Em minha opinião, tornar-se um escritor é como renascer. De repente você já não enxerga as cores da mesma forma, o mundo se transforma em um universo inteiro de possibilidades, onde o abstrato se torna concreto, a melodia é história, as fronteiras são extintas, sua mente cria asas, as ideias respiram.

Se não consegue captar o que estou dizendo, experimente fechar os olhos. Sim, agora... Não me venha com essa de que não gosta dessas coisas! Ninguém está olhando! Dá aquela fugida para um lugar reservado. Vamos, acredite em mim! Ah, tá... Dormir na carteira da escola numa aula, as pessoas não tem vergonha, mas fechar os olhos por um instante... Fechou? ah... Tem razão... Se fecharem não tem como ler este artigo. Estão façamos um trato: leiam e depois reflitam com os olhos fechados, de acordo?

Sem mais delongas, procure imaginar um mundo sem preconceitos. E se por acaso você tiver algum tipo de preconceito (não estou dizendo que tem), finja por um instante que eles não são seus. Invente um mundo seu. Por que a grama é verde? Tinja-a  como quiser! As regras te incomodam? Faça-as da melhor maneira. Abra sua mente! Coca-Cola de graça, trabalho só depois das 10h, uma fonte de chocolate, mais horas com aquela pessoa especial, una as suas vontade! Desapareça com os sentimentos rins, com as incertezas.

Muito bem, hora de pagar a promessa! Feche os olhos. Aproveite, este momento seu. Sou paciente...

Quando me senti assim pela primeira vez, foi uma das melhores sensações que já vivi. E desejei com todas as minhas forças, que as pessoas tivessem a mesma experiência. Foi então que me tornei escritor.

Contudo, ser um escritor não é fácil. E como diz Nicholas Sparks:
 "Nada que vale a pena é fácil. Lembre-se disso."
Portanto, devo alertá-lo que a jornada que percorreremos será de muitos obstáculos. Tantos que você se perguntará se o caminho que percorre é mesmo o que realmente almeja, se vale tamanho sacrifício. É normal. Alguns erguerão o dedo para você e rirão de sua atitude, da sua vontade. Mas sabe de uma coisa? É preciso apontar o dedo para si mesmo antes de apontar para o próximo. Não se preocupe se sentirá medo, se não sabe se chegará ao fim, se está qualificado para tanto. Apenas pergunte a você: eu serei feliz sendo um escritor? Eu quero me tornar um? O que me motiva para tanto? Quanto as suas fraquezas, você as vencerá uma a uma.

Uma vez que me disserem com afinco de que desejam, de que tem esse sonho clama por você, eu o convido, marujo, para desbravar águas de oceanos tempestuosos, habitados por monstros marinhos inimagináveis, mas que ao final da viagem um tesouro o espera.

Construiremos juntos essa história.

Seja bem-vindo, a utopia de Erwin.


































(Fonte da imagem: http://semeadorestrelas.blogspot.com/)

2 comentários:

  1. Sou a primeira leitora e acompanharei a jornada de João Erwin até o fim! Ps:. A grama que imaginei era cristalina como gelo, mas maleável e a cada vez que o vento batia nela um cheiro gostoso saia.

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  2. Mais de 1 ano depois desse artigo, estou eu aqui para comentar. Enquanto escrevo isso estou ansiosa para continuar lendo a jornada de João Erwin.
    A grama que imaginei sempre estava em movimento, e a cada toque mudava de cor, e transmitia sensações e sentimentos diferentes.

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